19 de dezembro de 2017

Testemunho SVE: S.Martinho

No dia 10 de Novembro fomos pela primeira vez no lugar onde trabalha a Filipa, a nossa coordenadora: o Roda Livre.
Este é um projeto comunitário sediado no bairro do Esteval no Montijo que dinamiza atividades para a comunidade local. Entre outras iniciativas tem um centro de recursos onde crianças entre os 7 e os 16 anos e as suas famílias podem participar em atividades diversas.




O dia seguinte, o dia 11 de Novembro, é o São Martinho. Por essa razão, no Roda Livre, havia uma pequena festa.

Com adultos e crianças bebemos sumos de fruta e comemos alguns bolinhos e algumas 
castanhas assadas, que são tradicionais desta festa.

Também em Itália este dia é considerado uma festividade: por tradição, celebra-se a maturação do vinho novo. É de onde vem o provérbio “San Martino, ogni mosto diventa vino” (“O São Martinho, cada mosto torna-se em vinho”). O famoso poeta italiano Giosuè Carducci, no final de 1800, dedicou um poema a esta época, intitulado precisamente San Martino.

San Martino

La nebbia a gl'irti colli
piovigginando sale,
e sotto il maestrale
urla e biancheggia il mar;

ma per le vie del borgo
dal ribollir de' tini
va l'aspro odor dei vini
l'anime a rallegrar.

Gira su' ceppi accesi
lo spiedo scoppiettando
sta il cacciator fischiando
su l'uscio a rimirar

tra le rossastre nubi
stormi d'uccelli neri,
com'esuli pensieri,
nel vespero migrar.  

(Giosuè Carducci)

Descobrimos que em Portugal também o dia de o São Martinho está relacionado com o vinho novo mas aqui é uma festividade muito mais importante.

A senhora do restaurante ao lado da nossa pousada, por exemplo, ofereceu-nos um jarro deste vinho que se chama Água de Pè, e um pequeno prato de castanhas assadas.



Reza a lenda que….

… São Martinho foi um cavaleiro, um monge e um santo.
É capaz de trazer o verão ao outono e, graças a ele, todos os anos comemos castanhas.

Corria o ano de 337, no século IV, e um outono duro e frio assolava a Europa. Um cavaleiro gaulês, chamado Martinho, tentava regressar a casa quando encontrou a meio do caminho, durante uma tempestade, um mendigo que lhe pediu uma esmola. O cavaleiro, que não tinha mais nada consigo, retirou das costas o manto que o aquecia, cortou-o ao meio com a espada, e deu-o ao mendigo. Nesse momento, a tempestade desapareceu e um sol radioso começou a brilhar.

O milagre ficou conhecido como "o verão de São Martinho". Desde então, por altura de novembro, o ríspido tempo de outono vai embora e o sol ilumina-se no céu, como aconteceu quando o cavaleiro ofereceu o manto ao mendigo.

Durante a tarde encontrámos o responsável da Escola Profissional do Montijo, que nos convidou a visitar a escola e participar numa jornada com professores oriundos de outras zonas de Europa.

Vamos ver!

Mila & Mariavittoria

11 de dezembro de 2017

Tetesmunho SVE: A nossa chegada a Portugal

A nossa aventura em Portugal começa nos primeiros dias do novembro.

A Ana e a Magda, as nossas mentoras, vêm buscar-nos ao aeroporto e trazem-nos a Alcochete, onde encontramos a Filipa, a coordenadora do nosso projecto e do Mundo Inseparável Associação.
Alcochete é uma pequena cidade perto do rio Tejo, situada no distrito de Setúbal, a apenas 30 quilômetros da capital.

Parece-nos imediatamente um lugar acolhedor e típico.


As pessoas que encontramos são muito disponíveis e nós integramo-nos aqui com facilidade.

Um dos lugares da vida nocturna alcochetana é o Paparocas, um bar pequeno mas muito animado. A Fernanda, a agradável dona, tornou-se logo numa espécie referência para nós.

Ao lado do Paparocas há o Museu dos Touros, que celebra o tipo particular de corrida que se tem aqui e as famosas festas do Barrete Verde e das Salinas, que são em agosto.
No centro de Alcochete, há uma estátua do Salineiro e uma do Forcado.



Um outro encontro característico que fazemos logo é aquele com os pescadores. Eles, em alguns momentos do dia e da noite, saem do rio em massa e mudam suas roupas à beira da estrada.


Por falar no rio, a praia é seguramente a melhor parte de Alcochete!

As pessoas daqui, no verão, tomam banho no Tejo sem problemas… Nós ficamos um pouco cépticas a este respeito, mas é certo que estar na praia em novembro é uma felicidade!


Durante o dia é muito quente e passamos algumas tardes no Pikolé, o bar que fica de frente para o Tejo. Decidimos fazer mesmo aqui, debaixo do sol, a primeira aula de italiano com a Ana.


Através de uma agradável caça ao tesouro, a Ana mostra-nos alguns pontos significativos da cidade. Entre eles, a estátua do D.Manuel I, um rei do Portugal que nasceu em Alcochete, o passeio do Tejo (uma doca com um farol), a igreja principal na mesma praça do município e o coreto.


Ana ajudou-nos também a interagir com as pessoas daqui, pedindo-lhes que nos ensinassem algumas canções populares, alguns provérbios portugueses e algumas refeições tradicionais.

Por falar na cozinha tradicional ... durante o almoço de boas vindas com a Filipa e os mentores, tivemos a ocasião de experimentar o típico Cozido à Portuguesa.


O José, o gerente do restaurante ao lado da nossa pousada, aconselhou-nos altamente esta refeição, mas é com certeza um desafio! Não é exatamente o primeiro prato a tentar para descobrir a verdadeira cozinha portuguesa.

Mas o bom José, redimiu-se amplamente dias depois com uns óptimos camarões e uma excelente dourada.


Estamos ainda no início da nossa experiência e temos a certeza que Portugal vai oferecer-nos muitas mais surpresas!