20 de setembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Aventuras Portuguesas – Age como um local

Note: English version below


Hoje, a todos os viajantes e estrangeiros a caminho de Portugal recomendo – comportem-se como locais e sentir-se-ão como locais – isso vai ajudar a quebrar o gelo com os nativos portugueses e ultrapassar as barreiras culturais. Claro, sem nunca deixarmos de ser nós próprios e representarmos a nossa cultura. De seguida podem encontrar algumas dicas de como fazê-lo:

     1)  Quando passares por alguém na rua é bom dizer “olá” e perguntar “tudo bem?”. Se é alguém que conheces, ou se te apresentarem a uma pessoa nova podes cumprimentá-la com dois beijos na bochecha – é como fazem os portugueses.

      2) Fala português tanto quanto puderes! Para comunicares com os portugueses não tens de falar fluentemente. Deixa o orgulho e a vergonha de lado e pede o bilhete de autocarro em português. O motorista irá provavelmente sorrir e ajudar-te, e com sorte ainda recebes alguns conselhos de sítios a visitar J

      3) Vai para a rua. Pode parecer estranho, mas se o tempo estiver bom (e normalmente está) porque não ir para a rua em vez de ficar fechado em casa? Os portugueses gostam de aproveitar as esplanadas para beber um café, almoçar ou jantar. Para além disso, principalmente durante o verão, existem várias festas na rua – “festas populares” – que acontecem em diferentes cidades. Lá podes ouvir música ao vivo, ver largadas de touros, provar produtos locais, beber vinho e comprar lembranças para amigos e família.

     4) Sorri! É uma forma universal de nos aproximarmos de alguém sem truques, e normalmente funciona (um sorriso traz outro sorriso). Especialmente quando és novo numa comunidade e as pessoas não sabem o que pensas delas sorrir pode ser essencial para deixar uma boa primeira impressão J




Portuguese adventure – be like a local

        Today, for all the travelers and foreigners coming to Portugal, I recommend to feel like a local and behave like the local – it will help to break the ice between you and the native Portuguese and cross the cultural barer. Of course being yourself and representing your culture is important most of all J  Below you can find some simple tips:

 1) When you meet somebody on the street it’s good to say hello and ask how are you “tudo bem”?
 If you know somebody or you are introduced to a new person you can give two kisses on the cheeks – it is how the Portuguese do.

2) Speak Portuguese as much as you can! Your level of language doesn’t have to be perfect to communicate smoothly. Leave your embarrassment and pride and buy a ticket for bus in Portuguese. The driver will probably smile and help you, maybe even give you some good tips for your travel
J

3) Go to the street. This clue can sound strange but if the weather is nice (usually it is) why don’t you go out instead of sitting in your room? Portuguese people enjoy sitting on the terraces of bars and restaurants, having coffee, lunch or dinner. Also, especially during summer, you can take part in various local street parties, “festas” which take place in different towns. There you can listen to live music, watch the bulls on the streets, taste local products, drink a wine and buy some souvenirs for your friends and family.

4) Smile! It’s an international way to get closer without any special tricks and it usually works (smile provokes smile). Especially when you are new in the community and people don’t know your attitude towards them it can be more than helpful in leaving a good first impression J


Karolina Piérog


18 de setembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Uma aventura Portuguesa – viagens de barco e matemática!


Note: English version below.

Nós vivemos na margem sul do Rio Tejo – o rio mais longo da Península Ibérica. Para chegarmos a Lisboa temos duas opções – apanhar o autocarro ou o barco.
Quando digo à minha família e amigos na Polónia que apanho o barco para ir a Lisboa ficam todos muito curiosos. Por isso gosto de lhes enviar fotografias engraçadas de mim  a fingir ser um marinheiro forte a usar os meus músculos para controlar o barco. A verdade é que é um barco de dois andares, com bastante espaço, e sentes mais que estás num “táxi aquático” do que propriamente um imigrante à espera de ver terra.
Outro facto interessante sobre os transportes públicos aqui é estimar a hora de chegada dos autocarros a uma determinada paragem. É preciso ser muito bom em matemática e ter um pensamento lógico bem desenvolvido para o conseguir. No início limitava-me a seguir os outros voluntários, nem tentava aprender esta arte de “adivinhar” os horários do autocarro. Quando apanhas o autocarro na estação inicial tudo é mais fácil, mas torna-se mais complicado quando precisas de apanhar o autocarro numa paragem a meio do percurso. Precisas de saber quanto tempo mais ou menos o autocarro leva do ponto A ao ponto B e a partir daí calcular a hora de chegada do autocarro à paragem que pretendes. É sempre um mistério e é com alguma impaciência que aguardamos para descobrir se conseguimos acertar ou não. Já nos aconteceu as duas coisas – acertar e falhar redondamente.
Em Portugal temos de levar as coisas com calma, relaxar e aproveitar o bom tempo enquanto esperamos pelo autocarro ou pelo barco. Podemos beber um café, conversar com pessoas locais – o mais provável é partilharem a mesma frustração que nós e essa partilha acaba por nos fazer sentir mais próximos!



A Portuguese Adventure - Traveling by boat and mathematics

We are living on the other side of the Tagus river – the longest river of the Iberian Peninsula.
To get to Lisbon we have two options of travelling – going by bus or by boat (here: barco).
When I tell my family and friends in Poland about my boat travel to Lisbon they are usually very curious how it looks like. Then I enjoy sharing a funny picture with them – me as an immigrant sailing the boat like a strongman, using all the muscles of the hands. In reality it is a two-storey ship with much space and you rather feel like on a board of a waterbus than as a real immigrant waiting till shore of land appears.
                Another interesting feature about travelling here by public transport is estimating time of bus arrival to a particular bus stop. You need to be very good in mathematics and logical thinking as well. At the beginning I was following others, not interested in learning ability of “guessing” an hour when the bus comes J The easiest is when you travel from the first bus stop – it is obvious while checking time in the schedule. It is becoming more complicated as you want to get on the bus somewhere in the middle of the way from one town to another. You need to know more and less how long the bus is going from A to B point and relying on this information you can calculate the estimated time of arrival. It’s always kind of mystery and impatience if we have managed to estimate time properly or not. It happens both that we succeed in this matter and fail it.
                In Portugal just take it easy, relax, enjoy weather and while waiting for a bus or a boat drink coffee and talk to stranger on the street – he probably feels the same as you and sharing the same experience can get you closer to each other!~

Karolina Piérog

1 de setembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Uma aventura Portuguesa – a língua


Olá!

O meu nome é Karolina e sou uma voluntária polaca a viver no Montijo.
Gostava de partilhar alguns dos meus pensamentos e experiências, às vezes engraçadas, enquanto estou em Portugal a fazer voluntariado. Escolhi o nome “Aventuras Portuguesas” para estas partilhas porque acho que esta experiência de trabalho e a viajar é uma grande aventura, durante a qual tudo pode acontecer e podemos ser surpreendidos de diferentes maneiras J Hoje vou falar da língua portuguesa.

Este é o segundo mês que eu e os meus colegas voluntários (Polónia, Itália e França) estamos a viver em Portugal – tempo suficiente para aprender e perceber algumas palavras básicas em português, mas não o suficiente para nos sentirmos confiantes a falar esta nova língua.


Uma das primeiras características que identico quando oiço português é um som “ch” que se parece um pouco com o som polaco “sz” ou “ż”, mas ainda assim acho que é uma língua muito exótica, principalmente algumas letras como o “ç”. Sei falar espanhol, e isso têm-me ajudado a sobreviver J Na verdade tem sido muito útil porque as pessoas normalmente percebem o que digo uma vez que muitas palavras portuguesas são parecidas ao espanhol, por exemplo casa (espanhol: casa), quero (espanhol: quiero), etc. A pronúncia, contudo, muitas vezes é bastante diferente do espanhol, mas as pessoas são muito pacientes e esforçam-se para nos perceber J
Temos aulas de português com uma das nossas mentoras – que tem português como a sua língua materna – e com ela estamos a aprender a gramática e toda a parte mais teórica da língua portuguesa. No entanto, a parte melhor de aprender uma língua no seu país de origem é o facto de a podermos absorver a todo o momento, pois estamos em contacto com ela em todo o lado – lojas, restaurantes, cafés, autocarros, cartazes, etc. É entusiasmante vivenciar uma língua assim. Não tenho necessidade de repetir palavras portuguesas em casa, como teria de fazer normalmente quando aprendo uma nova língua e não tenho oportunidades para praticar. Aqui posso absorver tudo ao vivo – cumprimentando as pessoas, a pedir um café, a ouvir conversas de pessoas locais e aprendendo muito com as crianças e os diferentes profissionais com quem trabalhamos. Nem temos noção de tudo aquilo que podemos aprender quando vivemos num contexto rico em situações de aprendizagem espontâneas até o experienciarmos. Bom dia, boa tarde, obrigada, carro, devagar, correr, segundo prato – estas são apenas algumas expressões que aparecem regularmente no meu dia a dia aqui.

Como amante de café que sou também precisava de aprender mas sobre os diferentes tipos de café e os seus nomes para os poder pedir quando estou na rua. Café (é um expresso), abatanado, galão (com leite) – de entre todas as hipóteses eu escolhia sempre um destes três, nem sempre com sucesso... Quando tentei pedir um café grande recebi um café com leite, ou um expresso (o mais comum aqui). Uma vez, em vez de pedir galão enganei-me e pedi bacalhau!
Apesar destes pequenos erros cómicos estou muito feliz por interagir com as pessoas, no geral a sua atitude é sempre muito positiva e querem muito ensinar-me (tive de ouvir muitas vezes a palavra “abatanado” até conseguir decorar).
Uma outra motivação para aprender a língua portuguesa é o Kizomba, uma dança originária de Angola (antiga colónia portuguesa) cujas músicas têm a letra em português. Adoro dança e espero brevemente poder aprender a dançar ainda melhor J Mas disso falaremos mais da próxima vez!

Karolina Piérog

SVE - Terceira Temporada

O novo grupo de voluntários ao abrigo do programa de voluntariado ERASMUS+ chegou a Portugal bem a tempo do verão. 
Desta vez, recebemos 4 voluntários de 3 países diferentes que, durante 6 meses irão desenvolver atividades de animação nos concelhos de Montijo e Alcochete. 
Michele e Fabiana (Itália), Karolina (Polónia) e Alan (França) contarão com o apoio de jovens voluntários locais que facilitarão a sua integração no nosso país. 
Mais novidades em breve!