1 de setembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Uma aventura Portuguesa – a língua


Olá!

O meu nome é Karolina e sou uma voluntária polaca a viver no Montijo.
Gostava de partilhar alguns dos meus pensamentos e experiências, às vezes engraçadas, enquanto estou em Portugal a fazer voluntariado. Escolhi o nome “Aventuras Portuguesas” para estas partilhas porque acho que esta experiência de trabalho e a viajar é uma grande aventura, durante a qual tudo pode acontecer e podemos ser surpreendidos de diferentes maneiras J Hoje vou falar da língua portuguesa.

Este é o segundo mês que eu e os meus colegas voluntários (Polónia, Itália e França) estamos a viver em Portugal – tempo suficiente para aprender e perceber algumas palavras básicas em português, mas não o suficiente para nos sentirmos confiantes a falar esta nova língua.


Uma das primeiras características que identico quando oiço português é um som “ch” que se parece um pouco com o som polaco “sz” ou “ż”, mas ainda assim acho que é uma língua muito exótica, principalmente algumas letras como o “ç”. Sei falar espanhol, e isso têm-me ajudado a sobreviver J Na verdade tem sido muito útil porque as pessoas normalmente percebem o que digo uma vez que muitas palavras portuguesas são parecidas ao espanhol, por exemplo casa (espanhol: casa), quero (espanhol: quiero), etc. A pronúncia, contudo, muitas vezes é bastante diferente do espanhol, mas as pessoas são muito pacientes e esforçam-se para nos perceber J
Temos aulas de português com uma das nossas mentoras – que tem português como a sua língua materna – e com ela estamos a aprender a gramática e toda a parte mais teórica da língua portuguesa. No entanto, a parte melhor de aprender uma língua no seu país de origem é o facto de a podermos absorver a todo o momento, pois estamos em contacto com ela em todo o lado – lojas, restaurantes, cafés, autocarros, cartazes, etc. É entusiasmante vivenciar uma língua assim. Não tenho necessidade de repetir palavras portuguesas em casa, como teria de fazer normalmente quando aprendo uma nova língua e não tenho oportunidades para praticar. Aqui posso absorver tudo ao vivo – cumprimentando as pessoas, a pedir um café, a ouvir conversas de pessoas locais e aprendendo muito com as crianças e os diferentes profissionais com quem trabalhamos. Nem temos noção de tudo aquilo que podemos aprender quando vivemos num contexto rico em situações de aprendizagem espontâneas até o experienciarmos. Bom dia, boa tarde, obrigada, carro, devagar, correr, segundo prato – estas são apenas algumas expressões que aparecem regularmente no meu dia a dia aqui.

Como amante de café que sou também precisava de aprender mas sobre os diferentes tipos de café e os seus nomes para os poder pedir quando estou na rua. Café (é um expresso), abatanado, galão (com leite) – de entre todas as hipóteses eu escolhia sempre um destes três, nem sempre com sucesso... Quando tentei pedir um café grande recebi um café com leite, ou um expresso (o mais comum aqui). Uma vez, em vez de pedir galão enganei-me e pedi bacalhau!
Apesar destes pequenos erros cómicos estou muito feliz por interagir com as pessoas, no geral a sua atitude é sempre muito positiva e querem muito ensinar-me (tive de ouvir muitas vezes a palavra “abatanado” até conseguir decorar).
Uma outra motivação para aprender a língua portuguesa é o Kizomba, uma dança originária de Angola (antiga colónia portuguesa) cujas músicas têm a letra em português. Adoro dança e espero brevemente poder aprender a dançar ainda melhor J Mas disso falaremos mais da próxima vez!

Karolina Piérog

2 comentários:

  1. Vamos já procurar onde há aulas de Kizomba. Acho que há em S. Francisco

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    1. Obrigada Sol! Eu não vi o seu comentário antes...
      Consegui encontrar uma aula de kizomba no Montijo, na escola de dança!:)

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