Olá!
O meu nome é Karolina e sou uma
voluntária polaca a viver no Montijo.
Gostava de partilhar alguns dos
meus pensamentos e experiências, às vezes engraçadas, enquanto estou em
Portugal a fazer voluntariado. Escolhi o nome “Aventuras Portuguesas” para
estas partilhas porque acho que esta experiência de trabalho e a viajar é uma
grande aventura, durante a qual tudo pode acontecer e podemos ser surpreendidos
de diferentes maneiras J
Hoje vou falar da língua portuguesa.
Este é o segundo mês que eu e os
meus colegas voluntários (Polónia, Itália e França) estamos a viver em Portugal
– tempo suficiente para aprender e perceber algumas palavras básicas em
português, mas não o suficiente para nos sentirmos confiantes a falar esta nova
língua.
Uma das primeiras características
que identico quando oiço português é um som “ch” que se parece um pouco com o
som polaco “sz” ou “ż”, mas
ainda assim acho que é uma língua muito exótica, principalmente algumas letras
como o “ç”. Sei falar espanhol, e isso têm-me ajudado a sobreviver J Na verdade tem sido muito útil
porque as pessoas normalmente percebem o que digo uma vez que muitas palavras
portuguesas são parecidas ao espanhol, por exemplo casa (espanhol: casa), quero
(espanhol: quiero), etc. A pronúncia, contudo, muitas vezes é bastante
diferente do espanhol, mas as pessoas são muito pacientes e esforçam-se para
nos perceber J
Temos aulas de português com uma das nossas mentoras – que
tem português como a sua língua materna – e com ela estamos a aprender a
gramática e toda a parte mais teórica da língua portuguesa. No entanto, a parte
melhor de aprender uma língua no seu país de origem é o facto de a podermos
absorver a todo o momento, pois estamos em contacto com ela em todo o lado – lojas,
restaurantes, cafés, autocarros, cartazes, etc. É entusiasmante vivenciar uma
língua assim. Não tenho necessidade de repetir palavras portuguesas em casa,
como teria de fazer normalmente quando aprendo uma nova língua e não tenho
oportunidades para praticar. Aqui posso absorver tudo ao vivo – cumprimentando
as pessoas, a pedir um café, a ouvir conversas de pessoas locais e aprendendo
muito com as crianças e os diferentes profissionais com quem trabalhamos. Nem
temos noção de tudo aquilo que podemos aprender quando vivemos num contexto
rico em situações de aprendizagem espontâneas até o experienciarmos. Bom dia,
boa tarde, obrigada, carro, devagar, correr, segundo prato – estas são apenas
algumas expressões que aparecem regularmente no meu dia a dia aqui.
Como amante de café que sou também precisava de aprender mas
sobre os diferentes tipos de café e os seus nomes para os poder pedir quando
estou na rua. Café (é um expresso), abatanado, galão (com leite) – de entre
todas as hipóteses eu escolhia sempre um destes três, nem sempre com sucesso...
Quando tentei pedir um café grande recebi um café com leite, ou um expresso (o
mais comum aqui). Uma vez, em vez de pedir galão enganei-me e pedi bacalhau!
Apesar destes pequenos erros cómicos estou muito feliz por
interagir com as pessoas, no geral a sua atitude é sempre muito positiva e
querem muito ensinar-me (tive de ouvir muitas vezes a palavra “abatanado” até
conseguir decorar).
Uma outra motivação para aprender a língua portuguesa é o
Kizomba, uma dança originária de Angola (antiga colónia portuguesa) cujas
músicas têm a letra em português. Adoro dança e espero brevemente poder
aprender a dançar ainda melhor J Mas disso falaremos mais da próxima vez!
Karolina Piérog
Karolina Piérog
Vamos já procurar onde há aulas de Kizomba. Acho que há em S. Francisco
ResponderEliminarObrigada Sol! Eu não vi o seu comentário antes...
EliminarConsegui encontrar uma aula de kizomba no Montijo, na escola de dança!:)