No dia 10
de Novembro fomos pela primeira vez no lugar onde trabalha a Filipa, a nossa
coordenadora: o Roda Livre.
Este é um projeto comunitário sediado no bairro do Esteval no Montijo que dinamiza atividades para a comunidade local. Entre outras iniciativas tem um centro de recursos onde crianças entre os 7 e os 16 anos e as suas famílias podem participar em atividades diversas.
O dia seguinte, o dia 11 de Novembro, é o São Martinho. Por essa razão, no Roda Livre, havia uma pequena
festa.
Com adultos e crianças bebemos sumos de fruta e comemos alguns bolinhos e
algumas
castanhas assadas, que são tradicionais desta festa.
Também em Itália este dia é considerado uma festividade: por tradição,
celebra-se a maturação do vinho novo. É de onde vem o provérbio “San Martino,
ogni mosto diventa vino” (“O São Martinho, cada mosto torna-se em
vinho”). O famoso poeta italiano Giosuè Carducci, no final de 1800,
dedicou um poema a esta época, intitulado precisamente San Martino.
San Martino
La nebbia a
gl'irti colli
piovigginando
sale,
e sotto il
maestrale
urla e
biancheggia il mar;
ma per le
vie del borgo
dal ribollir
de' tini
va l'aspro
odor dei vini
l'anime a
rallegrar.
Gira su'
ceppi accesi
lo spiedo
scoppiettando
sta il
cacciator fischiando
su l'uscio a
rimirar
tra le
rossastre nubi
stormi
d'uccelli neri,
com'esuli
pensieri,
nel vespero
migrar.
(Giosuè Carducci)
Descobrimos que em Portugal também o dia de o São Martinho está relacionado
com o vinho novo mas aqui é uma festividade muito mais importante.
A senhora do restaurante ao lado da nossa pousada, por exemplo,
ofereceu-nos um jarro deste vinho que se chama Água de Pè, e um pequeno prato
de castanhas assadas.
Reza a lenda que….
… São Martinho foi um cavaleiro, um monge e um santo.
É capaz de trazer o verão ao outono e, graças a ele, todos os anos comemos
castanhas.
Corria o ano de 337, no século IV, e um outono duro e frio assolava a
Europa. Um cavaleiro gaulês, chamado Martinho, tentava regressar a casa quando
encontrou a meio do caminho, durante uma tempestade, um mendigo que lhe pediu
uma esmola. O cavaleiro, que não tinha mais nada consigo, retirou das costas o
manto que o aquecia, cortou-o ao meio com a espada, e deu-o ao mendigo. Nesse
momento, a tempestade desapareceu e um sol radioso começou a brilhar.
O milagre ficou conhecido como "o verão de São Martinho". Desde então, por altura de novembro, o ríspido tempo de outono vai embora e o sol ilumina-se no céu, como aconteceu quando o cavaleiro ofereceu o manto ao mendigo.
O milagre ficou conhecido como "o verão de São Martinho". Desde então, por altura de novembro, o ríspido tempo de outono vai embora e o sol ilumina-se no céu, como aconteceu quando o cavaleiro ofereceu o manto ao mendigo.
Durante a tarde
encontrámos o responsável da Escola Profissional do Montijo, que nos convidou a
visitar a escola e participar numa jornada com professores oriundos de outras
zonas de Europa.
Vamos ver!
Mila & Mariavittoria
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