19 de dezembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Cortina


Note: English version below


Sempre gostei de escrever, desde criança.

Sempre considerei a escrita um catalisador, às vezes a única forma de expressar os meus sentimentos. 
Muitas vezes acho que devia escrever mais, porque é quando escrevo que me confronto comigo mesmo. Desta vez, contudo, tive muita dificuldade em escrever, em expressar as minhas emoções.

Terminar uma experiência muito intensa é sempre muito cansativo. Mas, apesar de isto ser um adeus, não quero que seja um momento pesado ou triste. Afinal, a queda da cortina nem sempre simboliza o fim do trabalho, mas sim do acto individual que espero que estes meses tenham sido.

Quero destacar a beleza e a autenticidade destes 6 meses que passei num país que me conquistou.
Nunca esquecerei as cores que esta terra me ofereceu, o calor que recebi dos seus habitantes e do charme com o quê de árabe das suas cidades.

O nível de integração e solidariedade social que experienciei no meu Bairro do Esteval é um exemplo de civismo que carregarei sempre comigo. No entanto, o que torna este local tão especial são as pessoas, por isso – Raquel, Paula, Vânia, Sol, Teresa, Irina, Igor, Fernando, Daniela, David, Miguel, Nelson, Helóine, Daniel, Afonso, Rodrigo, Diego, Iuri – desejo-vos um futuro fantástico.

Também gostaria de agradecer aos meus colegas desta aventura: Alan, Fabiana e Karolina – espero ter aprendido um pouco com cada um de vocês e ter sido um bom amigo.

Agradeço por me terem aturado e estou grato pelos jogos de basket, e pela sorte que tive de trabalhar com pessoas generosas, disponíveis e apaixonadas pelo seu trabalho.

Da mesma forma, espero que fique na vossa memória a imagem de um rapa profissional, que tentou sempre dar o melhor de si.

Podia ser bem mais melancólico nesta despedida, mas escolho fazê-lo de outra forma porque isso iria contra os sentimentos de felicidade e alegria que esta experiência me trouxe. E tal como disse antes, às vezes a cortina cai apenas temporariamente...

Michele



::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Curtain

I've always liked to write since I was a kid.

I have always considered writing a catalyst, sometimes the only way to express my feelings.

Many times I think I should write more, because when I write it is the moment when I most confront myself.

This time, however, I really struggle to write, to express all my emotions.

Putting an end to a very intense experience is always very tiring.

But, hoping that mine is just a goodbye, I don't want to be too heavy or too sad.

After all, a curtain does not always mark the end of the work, but also of the individual acts, as I hope these months have been.

I want to highlight the beauty and authenticity of these six months spent in a country that has conquered me.

I will never forget the colours that this land has given me, the warmth of its inhabitants and the somewhat Arabic charm of its cities.

The level of integration and social solidarity that I have perceived in my Barrio Esteval, I will always bring it as an example of civilization.

What makes it, however, a very special place are the people, for this, Rachel, Paula, Vania, Sol, Teresa, Irina, Igor, Fernando, Daniela, David, Miguel, Nelson, Eloine, Daniel, Alfonso, Rodrigo, Diego, Yuri, I wish you the best possible future.

I also thank my fellow adventurers: Alan, Fabiana and Karolina: I hope I have learned a little from everyone and have been a good friend.

I am grateful for our basketball games and I thank you for putting up with me, as well as for being lucky to be able to work with passionate, kind and always available people.

In the same way, I hope to leave the memory of a professional boy who has always tried to do his homework to the best of his ability.

I could have been much more melancholic and melodious in this farewell, but I chose differently, because it would have been out of tune with the feelings of joy and happiness that this experience has given me.

And then, as I said, the curtain, sometimes, only drops momentarily....

Michele

15 de dezembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Noite de Fados


Note: English version below.


No sábado passado, à noite, graças a um convite simpático da Ana, a mãe de uma das alunas da Escola Secundária Jorge Peixinho com que tivemos actividade, tivemos a oportunidade de ir ver a noite de Fados no Fórum Cultural de Alcochete.

O Fado representa a música tradicional portuguesa, algo parecida, em comparação, com a melodia típica Napolitana, apesar de mais diversa.

Assim que recebemos o convite fiquei imediatamente intrigado por esta oportunidade, uma vez que adoro música e descobrir coisas novas e típicas.

As minhas expectativas não foram traídas, o espectáculo, que durou duas horas, teve a participação de vários cantores que actuaram com melodias muito diferentes umas das outras – desde mais alegres a mais melancólicas ou introspectivas.

O local do concerto, um auditório, foi perfeito para a difusão do som e das palavras, oferecendo uma experiência sonora fantástica.

Também gostei muito dos trajes tradicionais apresentados, que ajudaram a criar o ambiente.

Desde que estou em Portugal tenho ouvido bastante Fado, um estilo de música que aprecio muito por transmitir tranquilidade e por evocar a uma natureza de sonho que nos transporta para praias distantes onde o sol quente desaparece por trás do mar...

“Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.”
(Amália Rodrigues)

Michele

::::::::::::::::::::::::::::::::::


Fado’s Night


Saturday evening, thanks to the kind invitation of Ana, the mother of a girl from the Peixinho school with whom we are currently collaborating, we had the opportunity to participate in a Fado show at the Alcochete forum.

The Fado represents the traditional Portuguese folk song, rather similar, if we look for a comparison, to the typical Neapolitan melody, albeit more varied.

As soon as we received the invitation, I was immediately intrigued by this opportunity, given my great musical passion, to discover something new and typical.

My expectations have not been betrayed: the show, which lasted about two hours, has seen several singers who have performed in melodies very different from each other, moving from motifs more cheerful, almost of ballads, to others more melancholy and introspective.

The place of the show, to all intents and purposes an auditorium, proved to be perfect for the diffusion of sound and words, giving an excellent listening experience.

I also appreciated the choice of traditional costumes that added more folklore to the work.

Since I'm in Portugal I've been listening to Fado, music that I really appreciate for the sense of tranquility that transmits me and for its evocative, almost dreamlike nature, that transports me to distant pristine shores with a warm sun that slowly disappears behind the sea…

“Ora eis que embora outro dia,
quando o vento nem bulia
e o céu o mar prolongava,
à proa de outro veleiro
velava outro marinheiro
que, estando triste, cantava,
que, estando triste, cantava.”
(Amalia Rodrigues)

Michele




14 de dezembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Aventura Portuguesa – Workshops criativos

Note: English version below


Recentemente tivemos a oportunidade de participar numa serie de workshops organizados pela nossa associação em parceria com o Projecto Roda Livre. O evento foi dinamizado na Escola Profissional do Montijo e o seu objectivo era apresentar formas alternativas de educação para crianças e jovens.

Os workshops foram divididos em diferentes partes. Os participantes receberam sacos com cores diferentes e foi pedido que se juntassem com os participantes com um saco da mesma cor e assim formarem equipas.

De seguida estas equipas foram encaminhadas para as salas, de acordo com a cor do saco que tinham. Em cada sala, dinamizadores convidados estavam à nossa espera para conduzir workshops repletos de tarefas fora do comum.

Desenhámos, dançámos, cantámos, fizemos teatro e fizemos actividades utilizando uma bola e vendas nos olhos. Todas as actividades implicavam um grande envolvimento dos nossos sentidos, criatividade e emoções. Embora alguns dos desafios parecessem estranhos ao início, no final revelaram-se úteis e muito interessantes.

Durante os intervalos tivemos ainda “energizers”, também conduzidos por dinamizadores convidados, que serviam para nos !aquecer” e divertir.

Vou descrever sucintamente um pouco do que se passou em cada workshop:

Workshop de desporto – diria que foi mais um treino de confiança, durante o qual tivemos de vendar os nossos olhos e explorar/confiar nos nossos outros sentidos e nos nossos parceitos de forma a completar a actividade de forma eficiente. Neste workshop acima de tudo precisámos de confiança mútua e cooperação.

Workshop de dança – coduzido por duas técnicas que trabalham regularmente com pessoas portadoras de deficiência. Trabalhámos velocidade, fanzendo movimentos rápidos ou lentos, comunicámos uns com os outros através do movimento, olhares , etc. Tomámos decisões em conjunto sem precisarmos de falar, e funcionou!

Workshop de artes plásticas: desenhámos a nossa cara rapidamente com enfâse numa característica da nossa personalidade. Posteriormene ouvimos música relaxante e desenhámos novamente, desta vez as imagens que haviam aparecido na nossa momento durante o momento de relaxação – os resultados foram muito interessantes!

Workshop de música: onde falámos sobre a importância da música nas nossas vidas e tentámos cantar em grupos com um ritmo dado por um grupo e sons dados por outro.

Workshop de tratro: que incluiu fazer movimentos e apresentar pequenas cenas como por exemplo representar uma cena improvisada com algum objecto que havia sido providenciado.

Todos os workshops foram muito envolventes e todos nos deram experiências diferentes. Nunca tinha experimentado a maioria das actividades apresentadas o que para mim foi um sinal de que na minha educação algo falhou! Nunca é tarde para começar J Mas teria sido interessante ter mais destas actividades práticas durante o meu percurso escolar.

Após terminarmos todos os workshops tivemos um momento de partilha com o grande grupo onde podemos reflectir de que forma podemos utilizar as aprendizagens adquiridas nas nossas actividades profissionais. Entre muitas outras conclusões, todos concordámos que os elementos de criatividade apresentados poderiam ser inseridos no sistema educativo e assim ajudar a desenvolver e a libertar a individualidade de todos os alunos, mesmo aqueles que numa aula tradicional não têm oportunidade de se revelar. Assim as aulas poderiam ser mais interessantes e dinâmicas, o que seria positivo tanto para professores como para os alunos!

Karolina




::::::::::::::::::::::::::::


Portuguese adventure – creative workshops


                Recently we have had an occasion to participate in a series of workshops organized by our association crew and Roda Livre project. The even took place at the Professional School of Montijo and its objective was presenting alternative to traditional ways of educating children and teenagers. The workshops were divided into a few parts. The participants received different colors of bags and were asked to join the members of the same color, composing teams.


As the teams we went to the classrooms according to the colors we had.  In every class the invited guests running workshops were waiting for us with particular, unusual tasks.


                We were drawing, dancing, singing, acting in a “theatre” and doing activities with a use of ball and eye bands. All the activities in a huge part were involving all our senses and releasing our creativity and emotions. Although some of them seemed to be weird  at the beginning, at the end they turned out to be useful and interesting. During breaks we had “energizers” also conducted by the invited persons which aim was to warm us up and give us some fun J

                I will shortly describe each of the workshops below:

- Sports’ workshop but I would say more a training of trust, during which we had eye bands and because of it we needed to use other than sight senses and work in a team to do activities effectively – mutual trust and cooperation were important in this case;

- dance workshop conducted by two girls, working with disable people doing dance activities with them; we were working with velocity, speeding up or slowing down our movements and we were communicating with each other only by movements, sights and by studying each other - we were making decisions together without speaking and it worked! J

 - drawing workshop,  during which we were drawing our face very quickly with an emphasize on characteristic of our personality; then we were listening a relaxing music and drawing once again, this time presenting images which had appeared in our heads during the music session – the results were interesting!,
 - music workshop, which was a presentation of music importance in our lives and a trial to sing in groups by giving a rhythm by one group and giving a sound by the other,
- theatre performing workshop, which included making movements and presenting simple scenes such as a short improvised scene done by all members of the group with an use of the given items.
                All the workshops were absorbing and were giving us something else in terms of experience.
I haven’t done most of the activities before which was a sign for me that in my education process there were some gaps missing! It’s never too late to begin J However, it would be nice to have more practical contact with arts during school years!

                After finishing the workshops we were concluding our experience by telling in a public forum how we can use it in the education field. Among many conclusions, we had agreed that the creative elements introduced to formal education can help in a developing and releasing individuality of the students, who don’t have a chance to show it in regular classes and the particular classes can become more dynamic and interesting, which is positive both for teachers and students!


Karolina



13 de dezembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Um trabalho difícil


Note: English version below.


Há umas semanas, através do nosso programa de SVE, iniciámos uma actividade na Escola Secundária Jorge Peixinho.

A nossa actividade dura cerca de 50 minutos e decorre durante as aulas de espanhol, sendo por isso dinamizada nessa língua. O objectivo é encorajar os jovens  a utilizar a língua e a perderem a vergonha.

Fomos recebidos com muito entusiasmo, o que não é surpresa, dada a idade dos alunos. Mas gostava de me focar na figura do professor,  que muitas vezes fica esquecida lá atrás e erradamente é negligenciada.

O professor desempenha um papel fundamental no percurso escolar dos jovens: não só tem a tarefa difícil de avaliar, de forma mais objectiva possível, o seu trabalho, mas também tem a tarefa igualmente árdua de disciplinar os alunos e, ao mesmo tempo, despertar o seu interesse pelo mundo que os rodeia.

É por estas razões que gostaria de realçar o trabalho das professoras de espanhol com quem colaborámos, que mostraram sempre a maior disponibilidade e que providenciaram toda a ajuda e assistência necessária à implementação das nossas actividades.

Muitas vezes, devido à falta de interesse ou empenho dos alunos, os professores são acusados de não fazerem o seu trabalho, sem no entanto se destacar o quão complexo esse trabalho é.

Gostava de admitir “mea culpa” por ter dificultado a vida dos meus professores quando andava na escola, pois só agora percebi realmente a dificuldade deste trabalho e todo o esforço que exige.

Michele

:::::::::::::::::::::::::::::::::

A difficult job

A week ago we started an activity of presentation of the EVS program at the high school Jorge Peixinho of Monitjo.

Our meeting, which lasts about 50 minutes, takes place during the hour of Spanish, and takes place in the same language, with the intention of encouraging the teens to strive to speak it, winning a little 'shyness.

We received a lot of enthusiasm during our meetings, which is not a foregone conclusion given the young age of the students.
In this regard, I would like to dwell on the figure of the professor, very often relegated to the background and erroneously neglected.

The professor plays a fundamental role in a kid’s school career: not only does he have the very difficult task of assessing, as objectively as possible, his work, but he also has the equally arduous task of disciplining it and, at the same time, spurring him to take an interest in the world around him.

That is why I would like to highlight the work done by the Spanish teachers, who have always shown the utmost availability to us and have provided all the assistance and help necessary to carry out our presentation.

All too often, because of the failure or lack of commitment of their children, teachers are accused, without ever emphasising enough how, on the contrary, their task is extremely complex.
I would like to end with a “mea culpa” for having literally made my teachers admit when I was in middle school or high school, having only now understood how difficult their job is and how much effort is needed.

Michele


8 de dezembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): O aniversário da Loja do Mercado


Note: English version below.


Olá! Espero que estejam todos bem, a lutar contra este Outono repentino, mantendo quentinhos o vosso corpo e os vossos corações!
J Eu recomendo um chá de limão com mel ou um bom copo de vinho em boa companhia.

Recentemente celebrámos o 6º Aniversário da Loja do Mercado, a loja social do projecto Cais do Sal, em Alcochete, com quem colaboramos com regularidade. Esta loja recolhe roupas e bens doados e vende-os por valores simbólicos a quem mais precisa. As nossas tarefas na loja incluem selecionar roupas, copos, aparelhos domésticos e separar os bens que já não estão em condições de ser utilizados. Organizamos também os bens nas prateleiras e cabides de acordo com a sua categoria, tipo e/ou tamanho.

Para celebrar o aniversário da Loja, para além de decorarmos a loja para esta ocasião especial tentámos também divulgá-la junto da comunidade local, distribuindo panfletos a convidar as pessoas para comer um pouco de bolo de aniversário.

Percebemos rapidamente que fazer com que as pessoas aceitem um panfleto pode ser um grande desafio, por isso ficámos contentes por termos conseguido completar a tarefa! J

Durante a tarde ocorreu então o momento de celebração, onde pudemos brindar à Loja e aos seus amigos.
Por detrás desta celebração e garantindo o sucesso da loja estão as pessoas que trabalham arduamente para que esta iniciativa seja possível. Seis anos de trabalho e estatísticas positivas sobre as famílias apoiadas é já o suficiente para podermos dizer: Bom trabalho e que continuem sempre a fazer o vosso melhor no futuro!

Karolina



::::::::::::::::


Portuguese adventure – we celebrate Loja Social’s birthday

 Olá! Hope you all are well, fighting against autumn Chandra, taking care of warmth of your bodies and hearts! J I recommend tea with lemon and honey or a glass of wine in a good company!

 Recently we have been celebrating 6 years birthday of Loja Social we work with.
 It’s an institution which gathers donated clothes and sells them for a symbolic amount of money to poorer families. Our task in Loja is selecting clothes or things like glass, home amenities which are still suitable for use, rejecting the ones which can’t serve anymore to other people. We arrange things on the shelves and hangers according to their types and sizes.

 When the birthday came, apart from decorating the shop for a special occasion, we were marketing guys J We were distributing  leaflets with invitation for a birthday cake and glass of wine. Actually we experienced how hard is to convince people to take one leaflet and we were happy to complete the job! J In the afternoon we met together to raise a toast and have a chat with Loja’s friends. Behind the one day of celebration and success of Loja there are people who work hard to make it happen. 6 years of work and positive statistics about number of supported families is enough to say: good job and continue doing the best you can in the future!

Karolina

7 de dezembro de 2018

Testemunho SVE (3ªTemporada): Impressões do Primeiro Mês


Note: English version below



A disponibilidade, simpatia e a cultura de algumas pessoas deixou-me  sem palavras.

Nos primeiros dias, durante uma visita do museu da Gulbenkian, um casal orientou-me no metro, ajudando-me até finalmente me desejarem boa viagem e uma boa estadia em Portugal.

Esta visita foi fantástica, vi as mais impressionantes peças de arte e o jardim onde o sol acariciou a minha pele, as folhagens ofereciam uma brisa agradável e transmitiam um sentimento de conforto. 

Visitei a Igreja do Carmo onde vi as ruínas góticas e um senhor mais velho me acompanhou, narrando a história da sua filha, cantora de ópera, do seu passado no campo artístico e de como dominava a língua italiana (tal como o inglês e o francês!).

Por um momento, dada a rapidez dos movimentos senti-me mais velha do que todos os sábios que gabam o seu conhecimento.

Senti o apoio das pessoas, apesar das barreiras linguísticas, os sorrisos das crianças que se lembram do teu nome.

Senti o interesse das crianças e jovens que prepararam para nós uma apresentação sobre Portugal – a simbologia da bandeira, personalidades conhecidas, etc.

Os pequeninos do CENSA, um dos locais onde dinamizamos actividades – sempre bem dispostos e radiantes.

Mentores simpáticos e brilhantes, bem dispostos, engraçados e que nos oferecem apoio.
Até ao momento uma experiência de prazer, tal como Zephyr que com a ajuda de Aura encaminha 

Vénus para novas terras e renascimentos.

Fabiana





Impressions about the first month


The availability,  the sweetness and culture of certain cosmopolitan people rendered me speechless.

Days ago, during the visit to the Gulbenkian Museum, a couple guided me in the subway, taking care of me, until finally, wishing me all the good of this world and a good stay.

This visit was particularly wonderful, I saw the most fantastic pieces of art and a garden where the warm sun caressed me, the leafs provided a galvanizing refreshment and a sense of comfort. When in search of the Church do Carmo with the gothic remains, an older gentleman led me, narrating the story of his daughter, an opera singer, and his past in the field of art, he mastered Italian  as well as French and English.

For a moment, given the boldness of movements I felt older than those who boast knowledge, energy, smiling, authentic and unconditional availability.

I felt people’s desire to help despite of the linguistic flaws/barriers.

Children able to smile with little and remember your name. Children who prepare a presentation of Portugal for us - the notions of the flag, significant characters, etc. Interesting!

The little ones of “CENSA”, place where we carry out further activities, very sweet and radiant. The greatest ones, too generous and with the desire to share delicacies they created.

Nice mentors, cool and briliant. Positive and funny suppoters.

In conclusion, the most diverse landscapes are a gift for eyes as well as stories and legends told by mentors on the most magical places.

For the moment, an experience of pleasure equal to Zephyr who with the help of Aura pushes the Venus towards new lands and (re)births.

Fabiana

Testemunho SVE (3ªTemporada): Intervalo - Porto


Note: English version below


Uma vírgula, um ponto e vírgula, são símbolos gramaticais que representam um pausa no discurso, permitindo ao narrador parar por um momento para recuperar o fôlego.

A visita ao Porto representou exactamente isso: um momento de pausa da rotina do dia-a-dia.

Fui ao Porto com o Alan, aproveitámos o fim-de-semana grande e o feriado de Todos os Santos. Chegámos envoltos num nevoeiro intenso que abraçava a cidade num abraço tímido. O alojamento, uma casa Airbnb, rapidamente se revelou um refúgio confortável – um loft elegante a cerca de 15 a pé do centro da cidade, com todo o conforto e luxo a que, pelo menos eu, já há muito que não estou habituado.

Durante a nossa estadia tivemos oportunidade de passear pela cidade, visitar os pontos turísticos principais – desde o museu de Arte Contemporânea de Serralves à Torre dos Clérigos – perdermo-nos nos becos e ruelas da Ribeirinha, e passear junto ao rio que divide a cidade.

A cidade surpreendeu-nos pela enorme presença da cor verde, oferecida pelos parques.

Adoro Lisboa, mas se tivesse de escolher uma cidade para viver, seria o Porto porque é um misto de cidade moderna mas que conseguiu manter intacta as suas tradições.

Contudo, apesar de uma vírgula, ou ponto e vírgula, o discurso tem de continuar, e também eu tenho de voltar ao presente, ainda assim, trazendo comigo esta doce memória.

Michele







Break: Porto


A comma, a semicolon, the two points are grammatical symbols that represent a pause within a speech, allowing the narrator to stop for a moment and catch his breath.

Porto represented exactly this: a moment of pause from everyday life, of total detachment from the images of every day.

I went to Porto with Alan taking advantage of the long weekend for the feast of the dead. We arrived wrapped in a cloak of thin fog that held the city in a timid embrace.

Our house, rented on Airbnb, immediately proved to be a comfortable refuge: an elegant loft located a quarter of an hour walk from the center, with every comfort to which, at least personally, I had not been accustomed for a while.

During our stay we had the opportunity to walk around the city, visiting the major tourist destinations, from the Museum of Contemporary Art in Serravales to the Tower of Clerigos, getting lost in the characteristic alleys of Riberinha and strolling carefree through the pier that cuts the city in two.

A city surrounded by greenery thanks to the presence of numerous parks, with a varied identity and constantly evolving.

I love Lisbon, but probably if I had to make a choice of life, I would choose Porto because it gave me the idea of a modern city that has managed to keep intact its ancient traditions.

However, as after the interruption for a comma, a semicolon or two points the speech resumes, I too immerse myself again in the present, with a sweet memory imprinted in the mind.

Michele