Note: English version below
Sempre gostei de escrever, desde
criança.
Sempre considerei a escrita um
catalisador, às vezes a única forma de expressar os meus sentimentos.
Muitas
vezes acho que devia escrever mais, porque é quando escrevo que me confronto
comigo mesmo. Desta vez, contudo, tive muita dificuldade em escrever, em
expressar as minhas emoções.
Terminar uma experiência muito
intensa é sempre muito cansativo. Mas, apesar de isto ser um adeus, não quero
que seja um momento pesado ou triste. Afinal, a queda da cortina nem sempre
simboliza o fim do trabalho, mas sim do acto individual que espero que estes
meses tenham sido.
Quero destacar a beleza e a
autenticidade destes 6 meses que passei num país que me conquistou.
Nunca esquecerei as cores que
esta terra me ofereceu, o calor que recebi dos seus habitantes e do charme com
o quê de árabe das suas cidades.
O nível de integração e
solidariedade social que experienciei no meu Bairro do Esteval é um exemplo de
civismo que carregarei sempre comigo. No entanto, o que torna este local tão
especial são as pessoas, por isso – Raquel, Paula, Vânia, Sol, Teresa, Irina,
Igor, Fernando, Daniela, David, Miguel, Nelson, Helóine, Daniel, Afonso,
Rodrigo, Diego, Iuri – desejo-vos um futuro fantástico.
Também gostaria de agradecer aos
meus colegas desta aventura: Alan, Fabiana e Karolina – espero ter aprendido um
pouco com cada um de vocês e ter sido um bom amigo.
Agradeço por me terem aturado e estou
grato pelos jogos de basket, e pela sorte que tive de trabalhar com pessoas
generosas, disponíveis e apaixonadas pelo seu trabalho.
Da mesma forma, espero que fique
na vossa memória a imagem de um rapa profissional, que tentou sempre dar o
melhor de si.
Podia ser bem mais melancólico
nesta despedida, mas escolho fazê-lo de outra forma porque isso iria contra os
sentimentos de felicidade e alegria que esta experiência me trouxe. E tal como
disse antes, às vezes a cortina cai apenas temporariamente...
Michele
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Curtain
I've always liked to write since I was a kid.
I have always considered writing a catalyst,
sometimes the only way to express my feelings.
Many times I think I should write more, because
when I write it is the moment when I most confront myself.
This time, however, I really struggle to write,
to express all my emotions.
Putting an end to a very intense experience is
always very tiring.
But, hoping that mine is just a goodbye, I
don't want to be too heavy or too sad.
After all, a curtain does not always mark the
end of the work, but also of the individual acts, as I hope these months have
been.
I want to highlight the beauty and authenticity
of these six months spent in a country that has conquered me.
I will never forget the colours that this land has
given me, the warmth of its inhabitants and the somewhat Arabic charm of its
cities.
The level of integration and social solidarity
that I have perceived in my Barrio Esteval, I will always bring it as an
example of civilization.
What makes it, however, a very special place
are the people, for this, Rachel, Paula, Vania, Sol, Teresa, Irina, Igor,
Fernando, Daniela, David, Miguel, Nelson, Eloine, Daniel, Alfonso, Rodrigo,
Diego, Yuri, I wish you the best possible future.
I also thank my fellow adventurers: Alan,
Fabiana and Karolina: I hope I have learned a little from everyone and have
been a good friend.
I am grateful for our basketball games and I
thank you for putting up with me, as well as for being lucky to be able to work
with passionate, kind and always available people.
In the same way, I hope to leave the memory of
a professional boy who has always tried to do his homework to the best of his
ability.
I could have been much more melancholic and
melodious in this farewell, but I chose differently, because it would have been
out of tune with the feelings of joy and happiness that this experience has
given me.
And then, as I said, the curtain, sometimes,
only drops momentarily....
Michele