Note: English version below.
Olá, tudo bem?
Hoje, tal como vos tinha
prometido no último artigo, vou-vos explicar brevemente o jogos das tribos em
que participámos durante a nossa formação no Gerês.
Imaginem uma floresta nas
montanhas, um dia solarengo, uma ligeira brisa e cerca de 30 pessoas – éramos nós!
Fomos divididos em 3 tribos e colocados em diferentes partes da floresta. Cada
tribo recebeu uma tarefa diferente para fazer, mas era secreta!
A minha tribo tinha de construir
uma cidade para viver, usando apenas materiais da floresta –ramos de árvores,
pinhas, terra, etc. A nossa tarefa incluía ainda angariar materiais extra para
ajudar a tribo vizinha. Tivemos de tomar algumas decisões a nível da
organização social e política da nossa tribo, se tínhamos ou não religião, que
moeda usaríamos, comunicação – verbal e não verbal - que roupas ou melhor, que
elementos da floresta caracterizavam o estilo da nossa tribo, etc. Só podíamos
comunicar em inglês se os membros das outras tribos não estivessem presentes. Sempre
que estivesse presente pelo menos um elemento das outras tribos tínhamos de
comunicar utilizando “a nossa língua” que consistia num conjunto básico de
palavras e sons de lobo “Auuuu” (que era a forma como nos cumprimentávamos).
Atribuímos os diferentes papéis a
cada pessoa da nossa tribo – aqueles que iam construir a cidade, a pessoa
responsável por estabelecer contacto com as pessoas estranhas à tribo, as
pessoas responsáveis por visitar as outras tribos e mais importante, negociar
com elas de forma a obter os materiais necessários para construir a cidade.
E finalmente o jogo começou... a
parte mais engraçada foi o confronto entre as tribos. Cada uma com
comportamentos próprios, linguagens engraçadas, flores e folhas como ornamentos
que criavam uma nova imagem para os participantes. Tentámos comunicar,
investigar as intenções das outras tribos e tentar perceber quais as tarefas
que lhes tinham sido atribuídas – se eram amigáveis ou não. Conseguimos integrar-nos
com uma das tribos que era amigável e que beneficiava por viver na nossa terra
em troca de materiais que nos cediam. Eram uma tribo hippie e partilharam
connosco a sua cultura. Por outro lado, interpretámos mal as intenções da
segunda tribo que nos visitou e que devido a um ambiente suspeito decidimos
tentar manter afastada da nossa terra (pensávamos que queriam roubar as
mulheres da nossa tribo).
O jogo funcionou como um espelho
que reflectiu a nosso próprio confronto com outras culturas quando chegamos a
um novo país. Há sempre barreiras a ultrapassar – diferentes línguas, valores,
formas de estar, religião, etc. Muitas vezes julgamos os outros antes de
tentarmos conhecer a sua cultura ou desistimos muito facilmente, sem aprofundar
o nosso conhecimento ou tentar comunicar.
Às vezes as barreiras mais difíceis
são as que estão dentro de nós – estereótipos e preconceito. Precisamos ter
paciência, ouvir, comunicar, se possível aprender a sua língua e tentar
perceber o contexto histórico daquela comunidade especifica. Assim, aos poucos
podemos ir além das primeiras impressões e dos estereótipos que criámos durante
anos e coexistir de forma harmoniosa com todos os que nos rodeiam.
Karolina
:::::::::::::::::::::
Olá! Tudo bem?
Today, as promised the last time, I will
give a brief view on the tribe game in which we participated during the voluntaries’
training.
Imagine forest in mountains, sunny
day, slight wind and 30 people walking around – it was us J We were divided into three tribes
and located in different parts of the forest. Every tribe was given a different
task to do but it was top secret. My tribe was supposed to build a city to live
in with the use of natural materials from the forest like branches of trees,
cones, ground etc. Our task included gaining extra materials from the neighboring
tribe. We had some decisions to make like social-political structure of our
tribe, religion if we have any, money and its currency, language we communicate
– verbal and non-verbal etc, clothes or rather elements of forest which
characterize our tribe etc. We could communicate in English only in case we are
alone with members of our tribe. When there was somebody from two other tribes
we needed to use our new language consisted of a few basic words and sound of a
wolf “auu” which was our greeting between each other J We divided the roles inside of our
tribe – those who were building the city, the person responsible for contacting
incoming “guests” and persons who are delegated to visit other tribes and most
important to “negotiate” in order to gain the materials necessary to build our
city. And then it began… The funniest part of the game was confrontation of
particular tribes. Ways of behavior, funny language, greetings, flowers or
other forest’s ornaments used to build our new images J
We tried to communicate, investigate others’ tasks and intentions – if they are friendly or not.
We managed to integrate with one tribe which was friendly towards us and
benefited from living on our land – at
the same time we gained some of their materials to complete our city. They were
hippie tribe and showed us a part of their culture which was playing on paper
boxes they had with themselves J On the other hand, we misunderstood intentions
of other tribe which visited us and because of suspicious atmosphere we tried to
keep them away from our land (we were thinking they wanted to steal our women
for the men in their tribeJ).
The
game was the mirror reflection of our confrontation with foreign cultures when
we come to a new country. There are certain barriers we need to face –
different language, other values, ways of behavior, religion etc. We often
judge before we know the culture better or we give up too quickly not going
deeper with our communication and knowledge. Sometimes the most difficult
barriers are the ones we are having in ourselves like stereotypes and
prejudices. We need to have patience, eagerness to listen, involvement in
communication, if possible learn language and get to know historical context of
particular society. Slowly we can go beyond the first impression we have about
others, stereotypes we shaped during years and let us coexist with each other
in the best possible way.
Karolina
Sem comentários:
Enviar um comentário